A importância de se chamar Peixoto




Até há bem poucos meses fui aquilo que se pode definir como praticamente ignorante em relação à escrita do José Luís Peixoto. Nunca calhou ter em mãos um dos seus livros, o nome dele não constava da minha biblioteca. Não sei se foi essa ignorância ou o simples facto de tomar conhecimento da sua relação com uma antiga colega de faculdade que me despertaram a curiosidade acerca da aclamada genialidade do senhor. Ofereci uma prenda a mim mesma e comprei a última obra dele, o Livro. Decidi repetir a dose, desta vez pedindo emprestado o Cemitério de Pianos. Não satisfeita ainda, preparo-me para abordar Uma Casa na Escuridão. 

Não é da boca para fora que se lhe referem como «um escritor maduro» ou «um admirável narrador português». Mais do que contar a história, sentimo-nos absorvidos por ela, numa linguagem clara mas ao mesmo tempo poética que nos vais transportando por sucessivas realidades uma e outra vez. As personagens parecem ganhar forma, é como se as tivéssemos diante de nós e pensássemos nelas como sendo the girl next door ou a senhora da mercearia da esquina com quem nos cruzamos todos os dias. Histórias da vida de cada um, contadas em diversas primeiras pessoas, histórias de ficção carregadas de realismo. 

Das duas obras lidas até hoje, só posso tecer elogios ao Peixoto (ou será que o posso tratar por Zé Luís?). Devo também referir e agradecer o facto de, em nenhuma cena assim mais escaldante, ter tido visões menos apropriadas da supracitada colega (como alguém em tempos insinuou que aconteceria). Assim sendo nada mais acrescento a não ser you go, Peixoto! (e por favor, para bem da malta, mantém-te reservado nas descrições... hum... you know...).

Comentários

  1. Se estás mais ao menos a seguir a ordem inversa dos livros dele ainda te falta para chegares ao "Morreste-me". Prepara-te :S

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  2. Eu também nunca tinha lido nada do senhor, mas estou as we speak a meio do Livro. Muito bom. Não digas para ele parar com as descrições, que ele, de uma forma bastante bela, consegue dar um toque bem doce ao grosseiro.

    O Cemitério de Pianos, temo que será o próximo a abordar. Gostei do título.

    Fico à espera de mais Vi-cissitudes.

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