Amores que matam


Desde sempre a minha vida foi pautada pelas relações ditas de amor-ódio. Desde sempre. Mesmo a minha mãe, na maior parte das vezes não sabe se me ama, se me odeia.

Eu não sei se me amo ou se me odeio. Sei que a indiferença não é algo que costume semear e isso, só por si, já me basta. 

Na escola, quando estudei a época do Romantismo, aprendi que há mulheres anjo e mulheres demónio. Mais tarde, bem mais tarde, descobri que o meu demónio nunca dorme.

Gostava de inspirar canções repletas de raiva, letras carregadas de desejo oculto na fúria, melodias impregnadas de contradições. Gostava de congelar aquele momento em que ele me olha e me sorri e em que, por breves instantes, brevíssimos, eu sei que sou apenas eu a ocupar-lhe o pensamento.

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