- Devíamos sair daqui, correr mundo, conhecer o berço das grandes civilizações antigas, fazer uma longa viagem, sem data de regresso.
- Podíamos ir ao Japão, não te tens calado ultimamente com os nipónicos... Aproveitavas para as «Jornadas da Ásia»...
- Não tenho escrito. Primeiro tenho de me dedicar às «Memórias de um Átomo», as histórias do universo, de mim mesmo... Mas também não sei bem por onde começar. A minha musa abandonou-me! A literária e a carnal, todas me abandonam.
- Estás a falar da Cohen? Deixou-te?
- Ah, longa história, cara amiga, longa história! Se tu soubesses... que falta me fazia um banho moral! Como diz o meu bom Carlos, «caiu-me a alma a uma latrina, preciso de um banho por dentro»! Ah, vou morrer amanhã e, quiçá, será de tédio!
- Amanhã não é um bom dia para morrer.
- E porque não? A minha alma está apodrecida.
- Temos um jantar, Ega, estás lembrado? No Hotel Central. Todos vão estar presentes, não podemos deixar de comparecer também.
- Pois não irei! Se da última vez quase me peguei com o velho tolo do Alencar... não, não tenho paciência para mais discussões literárias nem sobre o futuro deste país, desta raça covarde e miserável... Uma invasão! Nós precisávamos era de uma invasão! É como te dizia há pouco, devíamos mesmo fugir, mudar de ares, ir correr mundo. Se fico aqui, estou certo que amanhã é o fim!
- Se só tivéssemos mais um dia? Se depois tudo acabasse e conhecêssemos o derradeiro fim?
- Em vez de pensares assim, que tal se for este o primeiro dia do resto das nossas vidas? Temos uma vida inteira pela frente para sermos aquilo que sempre desejámos!
- Sei quem não sou, mas ainda não estou bem certo de quem quero ser... Se fossemos famosos? Imortalizados para sempre nas páginas da história da Humanidade?
- Se conseguíssemos mudar o mundo, Ega? Descobrir a cura de doenças incuráveis?
- Se esta conversa, tal e qual como a estamos a ter agora, fosse reproduzida num livro, numa peça de teatro, num filme?
- Temos o mundo lá fora e nós aqui dentro. Temos tanto que fazer!
- Começamos... amanhã?
- Sim. Amanhã.
- Podíamos ir ao Japão, não te tens calado ultimamente com os nipónicos... Aproveitavas para as «Jornadas da Ásia»...
- Não tenho escrito. Primeiro tenho de me dedicar às «Memórias de um Átomo», as histórias do universo, de mim mesmo... Mas também não sei bem por onde começar. A minha musa abandonou-me! A literária e a carnal, todas me abandonam.
- Estás a falar da Cohen? Deixou-te?
- Ah, longa história, cara amiga, longa história! Se tu soubesses... que falta me fazia um banho moral! Como diz o meu bom Carlos, «caiu-me a alma a uma latrina, preciso de um banho por dentro»! Ah, vou morrer amanhã e, quiçá, será de tédio!
- Amanhã não é um bom dia para morrer.
- E porque não? A minha alma está apodrecida.
- Temos um jantar, Ega, estás lembrado? No Hotel Central. Todos vão estar presentes, não podemos deixar de comparecer também.
- Pois não irei! Se da última vez quase me peguei com o velho tolo do Alencar... não, não tenho paciência para mais discussões literárias nem sobre o futuro deste país, desta raça covarde e miserável... Uma invasão! Nós precisávamos era de uma invasão! É como te dizia há pouco, devíamos mesmo fugir, mudar de ares, ir correr mundo. Se fico aqui, estou certo que amanhã é o fim!
- Se só tivéssemos mais um dia? Se depois tudo acabasse e conhecêssemos o derradeiro fim?
- Em vez de pensares assim, que tal se for este o primeiro dia do resto das nossas vidas? Temos uma vida inteira pela frente para sermos aquilo que sempre desejámos!
- Sei quem não sou, mas ainda não estou bem certo de quem quero ser... Se fossemos famosos? Imortalizados para sempre nas páginas da história da Humanidade?
- Se conseguíssemos mudar o mundo, Ega? Descobrir a cura de doenças incuráveis?
- Se esta conversa, tal e qual como a estamos a ter agora, fosse reproduzida num livro, numa peça de teatro, num filme?
- Temos o mundo lá fora e nós aqui dentro. Temos tanto que fazer!
- Começamos... amanhã?
- Sim. Amanhã.
Comentários
Enviar um comentário